(Rúben)
Sai da
cozinha com um tabuleiro na mão quando ouvi a Carolina a dizer que lhe tinha
ensinado algo esta tarde,e depois disse aquelas duas palavras que eu tanto queria que ela não tivesse dito.
Larguei o
tabuleiro sobre a mesa e fui o mais rápido possível até perto da Rita e dos
miúdos.
Rúben-Calma!-eu
vi no olhar da Rita,já que ela não dizia nada apenas olhava,que não
tinha gostado nada do que tinha ouvido..era quase como estivesse fogo naquele
olhar.
Rita-O que
é que tu fizeste Rúben???
Rúben-Eu
não lhe ensinei aquelas palavras.
Carolina-Ele
disse sim mãe.-a Rita olhou-a.-Disse porra e disse fogo,merda.-bateu com o pé
no chão dando ênfase à imitação que fazia de mim.
Rúben-Oh
melhor eu disse mas não foi com intenção.
Rita-Não
foi com intenção?!
Rúben-Podemos
falar na cozinha?-a Rita disse à Carolina para ficar ali e depois levantou-se e
foi até à cozinha.Não me disse nada mas também vi que o tinha a fazer era
apenas a seguir e tentar lhe explicar o que realmente tinha acontecido.
Rita-Podes
começar por me explicar porque a Carolina ouviu aquelas palavras.-cruzou os
braços.
Rúben-Hoje
o Mauro veio cá a casa.
Rita-Não me
vais dizer que afinal foi o teu irmão que lhe disse aquilo.
Rúben-Não,não.Alias
nenhum de nós lhe quis ensinar aquelas palavras.O que o meu irmão lhe ensinou
foi uma brincadeira….quando éramos putos fazíamos tudo para enervar o outro
então imitava-nos um ao outro,por sabíamos que isto deixa qualquer um com os
nervos em franja.A Carolina começou a imitar-me e fiquei chateado com o meu
irmão por lhe ter ensinado aquilo.-ela olhava-me atentamente ,ainda com aquela
postura de chateada.-E no meio daquilo disse aquelas duas palavras,e ela ouviu.
Rita-Disseste
duas vezes,porque à primeira não reparaste?-vi que ela estava mesmo chateada,o
que fiquei um pouco “sem chão” já que era
primeira vez que ela estava mesmo chateada comigo.
Rúben-Oh
Rita eu não fiz de propósito e ainda falei com a Carolina para lhe explicar que
não deveria dizer aquilo,ela até disse que entendeu mas à pouco disse o que
disse não foi porque lhe mandei voltar a repetir ou mesmo porque lhe tenha
dito que era algo que deveria dizer.
Rita-Rúben
eu compreendo que possas dizer isto ,mas não quando a minha filha está por
perto,eu não quero ela a dizer estas coisas.E em cinco anos nunca me ouviu
dizer isto passa uma tarde contigo fica a dizer palavrões.
Rúben-Acredita
que não queria que isto tivesse acontecido.-aproximei-me dela e mesmo continuando
com aquela postura de chateada anulei o espaço que
existia entre nós.-E fiz o possível para remediar a situação,acredita que não
era minha intenção ela saber daquelas palavras.
Rita-Pois
Rúben,mas sabe.E tu sabes muito bem que gosto de ti,e que te dei uma
oportunidade..mas primeiro levas o meu filho às compras e voltas com ele
completamente diferente,depois ficas com a minha filha e ela e ouço-a a dizer
palavrões.-olhei-a.
Rúben-Rita
eu não quero ser mau exemplo para eles e não fiz nada com intenção de te ver
chateada por causa das compras que fiz com o Simão,nem muito menos disse
aqueles palavrões para a Carolina os repetir.Eu estou a tentar,e acho que vais
também compreender se cometer algum erro..nunca tive uma relação tão próxima
com umas crianças.-vi no seu olhar que comecei a quebrar o facto de a deixar
tão chateada,e ela estava a começar aos poucos a compreender-me.
Rita-Eu sei
disto Rúben,e acredita que compreendo,mas tu também tens de compreender que eu
não quero os meus filhos com certas maneiras.Não quero o Simão a andar vestido daquela maneira e
também não quero a Carolina a dizer palavrões.
Rúben-Se
quiseres posso voltar a falar com ela.
Rita-Não,eu
depois falo com ela.Mas tu reza para que seja apenas isto que o teu irmão lhe
tenha ensinado,é que se estas brincadeiras chegam aos ouvidos do Simão eu nem
quero pensar.
Rúben-Não,mas
como disse eu posso falar com ela.
Rita-Não é
por mal Rúben,prefiro ser eu a falar com ela.Se faz favor fala só com o teu
irmão para saber o
que ele andou a ensinar à minha filha.
Rúben-Deixa
estar que ele não lhe ensina mais nada.
Rita-E acho
bem.
Ela não
quis tocar mais no assunto,já que disse que a única coisa que tinha a fazer agora
era falar com a Carolina para não voltar a dizer aquilo.
XXX
(Rita)
Aquela
brincadeira de ontem em casa do Rúben tinha me deixado mesmo chateada..não
gostei nada de ver o Simão vestido daquela maneira e quando ouvi a Carolina
dizer aquelas duas palavras ia “ morrendo”!
Então como
hoje estaria de folga logo pela manhã,quando fui ao quarto da Carolina para a
acordar assim podia falar com ela sobre o que tinha ouvido ontem em casa do
Rúben.
Rita-Carolina.-sentei-me
na beira da cama,depois de ela acordar.-A mãe sabe que ontem ouviste duas
palavras novas em casa do Rúben,mas eu não quero que as voltes a repetir.
Carolina-Porquê
mãe?
Rita-Porque
são duas palavras muito feias,e a mãe não quer que as repitas.
Carolina-Mas
eu não sei o que é.
Rita-Então
não voltes a repetir,se não sabes o que é está bem?
Carolina-Está
bem.
Rita-Mas
prometes mesmo?
Carolina-Sim
prometo.
Ela entendeu que não deveria tocar mas naquele
assunto,que o que ouvi em casa do Rúben não deveria repetir,e muito menos andar
a contar aquilo ao irmão..é que não faltava mais nada do que ter os miúdos a
dizerem palavrões pela boca a fora.
Falei com a
minha mãe,pelo o telefone antes de preparar o almoço e ao saber que hoje ia
estar de folga não tardou muito a ir até lá a casa fazer uma visita.Quando eles
chegaram já tínhamos almoçado e eu ia dando um jeito à casa,os miúdos..bem
estes como depois do almoço estavam com a “energia” toda só queriam uma
coisa,brincar!Isto não deixou outra opção ao meu pai senão juntar-se aos miúdos.
![]() |
Carolina |
![]() |
Simão |
A minha
mãezinha veio foi “atrás” de mim e enquanto eu ia limpando os quartos dos
miúdos,ia falando com ela.
Mãe-Como
tens estado filha?
Rita-Bem.-olhei-a.-O
trabalho corre normalmente,o Simão está já sem o gesso,ou seja uma ótima
noticia.-sorri-lhe.
Mãe-Quando
ele foi tirar o gesso?
Rita-Ontem,fui ele ao hospital.
Mãe-A menina foi contigo?
Rita-Não,ela ficou com o Rúben.
Mãe-Oh Rita.-olhei-a,já que ela enquanto falou deu alguns passos em frente.-Tu e este Rúben são mais do que amigos?
Rita-Não,mãe.-dei aquele riso nervoso para desconversar.-Não,só amigos.-não era fácil,nem eu queria esconder a minha relação com o Rúben,mas se tinha decidido que os miúdos seriam os primeiros a saber,sendo minha mãe,meu pai,a Sónia ou seja lá quem fosse ia saber depois de os meus filhos.
Mãe-Não levas a mal filha,mas vê-se que este rapaz tem está muito presente na tua vida,e pelo os vistos não é só teu amigo como também dos teus filhos.
Rita-Claro mãe,aliás o Rúben sempre foi amigo da nossa família e os miúdos gostam imenso dele..se bem que a Carolina aos poucos está a dar-lhe mais confiança,mas ele preocupa-se com eles e muito.
Mãe-Pois eu
não duvido,aliás a festa de aniversário estava fantástica.-olhei-a.-Vê se que
ele se preocupa contigo,e que trata bem ,e o mais importante que faz o mesmo
pelos os teus filhos.-passou a sua mão pelo o braço,com carinho.-E isto pode
demonstrar mais que uma amizade.
Rita-Mãe.-não queria mesmo estar ali a mentir-lhe,e por mais difícil que fosse, preferia que os miúdos fossem os primeiros a saber e só depois diria aos meus pais.-Eu o Rúben somos grandes amigos é verdade,e não posso lhe dizer que não há a possibilidade de sermos mais que isto pois não sei o dia de amanhã,mas quero que saiba que faça o que fizer eu tenho sempre em consideração a minha prioridade..e sabe que é os meus filhos.
Mãe-Sei disto,o teu pai é que gosta de complicar as coisas.Desde o momento que tiveste filhos ele quis ter mais do que o papel de avô para eles.Sabes que o teu pai apesar de não ter gostado da forma que escolheste para ter os teus filhos,sempre te apoiou.E por isto quer estar sempre em cima de tudo para ter a certeza de que os miúdos tem uma figura paternal ,e no que toca a tu teres namorados sabes como é..
Rita-Ele
age como se eu tivesse 15 anos.-ela sorriu,ao concordar comigo.
Mãe-És e serás sempre a menina dele,e mesmo com os dois meninos,só lhe dá mais preocupação e mesmo que seja o Rúben ou outro homem qualquer vai ter de passar muito para conquistar o teu pai.-gargalhamos.
Rita-Eu
sei,eu sei.
Não falei mais nada quanto ao Rúben,e mesmo ela não tocou mais assunto..devia ter entendido que preferia mudar o tema de conversa.
Aquele visita foi agradável e mesmo “útil” já que com as histórias do meu pai não só o Simão adormecia como a minha pequenina também acabou por adormecer na sua caminha.
Mãe-Bem nós
vamos andando.-disse isto já perto da porta,e quando a abriu,até com um pequeno
“susto”,vimos o Rúben chegar.
Rúben-Boa tarde.-olhou-nos.-Olá Madalena.-falou para a minha mãe que o cumprimentou e depois olhou
para o meu pai cumprimentando também..ele como habitualmente não foi muito simpático,e nem deu grande resposta ao Rúben…mas não ficou por aí.-Acha que posso?-o meu pai estava de peito “inchado” em frente do Rúben,mesmo no meio de nós impedindo-o de dar mais um passo na minha direção.
Mãe-Nós íamos já embora.
Pai-Por acaso.
Mãe-Por acaso nada.-sorriu,enquanto puxava pelo o meu pai deixando agora espaço livre entre mim e o Rúben.-Adeus Rita,adeus Rúben.
Rita-Adeus
mãe.
Rúben-Adeus Madalena.
Eles saíram e depois de o fazerem o Rúben aproximou-se e ao colocar as suas mãos no fundo das minhas costas juntou os nossos lábios.Mesmo depois de estarmos a “cumprimentar-nos” durante algum tempo eu hoje ia arrumar a casa e como já tinha arrumado os quartos dos miúdos ,agora era o meu quarto.
Quando lá
entrei pôs-me a limpar o quarto,o Rúben sentou-se na caminha,ele ficou ali
algum tempo observando-me mas depois quando passei por perto da cama
puxou-me,ficando no seu colo.Primeiro refilei mas ele nem ligou,e deitou-se
sobre mim.Os nossos lábios não se separavam,nem mesmo as nossas línguas que
estavam em sintonia perfeita…senti o calor das suas mãos debaixo da minha
camisola,a pouco e pouco ia abrindo os botões do meu casaco de ganga,e quando
me beijava no pescoço falei-lhe ao
ouvido.
Rita-Tens
preservativos,Rúben?-continuava a sentir o toque dos seus lábios no meu
pescoço,e não me respondia.-Rúben.
Rúben-Hummm.-vi no seu tom de voz que não tinha mesmo vontade nenhuma de falar.
Rita-Tens preservativos?-ele olhou-me.
Rúben-Preservativos?!Não,não.-falou e voltou a unir os nossos lábios tentando agora me tirar o casaco.
Rita-Rúben,então não vamos fazer nada.
Rúben-O quê?-olhou-me,sendo esta a primeira vez que captei totalmente a sua atenção desde estávamos os
dois na cama.
Rita-É que eu desde que tive os miúdos que não tomo regularmente a pílula. Sabes que não tenho estado com muitos homens,e não quero correr o risco de engravidar.
Rúben-Mas não tens preservativos em casa?
Rita-Eu quando me mudei para aqui com os miúdos,achas que ao começar uma vida de mãe solteira é essencial ter preservativos?! Tu é que devias andar prevenido.
Rúben-Sabia lá que hoje vínhamos para o teu quarto.Os teus vizinhos não tem?
Rita-É que nem penses que vamos andar de porta em porta a pedir preservativos..não estamos
desesperados a este ponto.-levantei-me um pouco e fechei os botões do casaco.
Rúben-Oh Rita..já estávamos encaminhados.
Rita-Rúben,por amor de Deus.Podemos muito bem esperar.-dei-lhe um beijo leve.-Pode ser?
Rúben-Há
outra solução?-vi que tinha ficado um pouco “chateado” por não podermos ir até
ao fim.
Rita-Não precisas ficar assim.-sorri-lhe,enquanto lhe fiz uma pequena “festinha” no rosto.-Depois compenso.
Rúben-Eu não me esqueço.-falou levantando o indicador,enquanto me levantava.-E não me vou esquecer
também é de andar sempre com uma caixa atrás de mim.
Rita-Credo também não é preciso tanto.-ele sorriu.
Rúben-Acredita que da próxima vez não ficamos a meio.
Rita-Sim,sim.-gargalhei. Ele não queria mexer-se muito mais,então ficou deitado na cama a “relaxar” depois daquele (quase) momento que tivemos.
Os miúdos estavam a dormir e assim ficaram enquanto arrumei todo o meu quarto acompanhada por o Rúben,mas quando ia começar a preparar o jantar eles vieram ter connosco.Nunca ambiente calmo,já que não havia birras, preparei o almoço com aquelas outras três “alminhas” na cozinha comigo.
XXX
Como seria “estranho ,para os miúdos ver o Rúben a dormir lá em casa,convidei-o então para vir tomar o pequeno almoço connosco.Não era muito o tempo que tínhamos até ele ir treinar e por isto ele até veio mais cedo.O Simão começou logo a perguntar-lhe se podia ir brincar,e como não iriam jogar futebol foram até ao quarto do meu pequenino.
![]() |
Carolina |
![]() |
Simão |
![]() |
Rita |
Eles vieram
tomar o pequeno almoço,e quando já estava tudo na mesa sentámos-nos todos.
Rúben-Rita.-olhei-o
e vi ele com uma cara de quem tinha comido e não tinha
gostado..literalmente!Tinha a chávena de café na mão,e vi que parecia querer
por cá para fora o que tinha bebido.-O que tem
café?
Rita-Nada.-a Carolina ria,já o Simão olhava para o Rúben tal como eu,não entendo o que se passava.-Porquê?
Rúben-Prova.-deu-me a chávena de café e quando dei um pequeno gole ia cuspindo o que tinha provado.
Rita-Isto tem sal?-peguei num guardanapo e coloquei em frente da minha boca.
Rúben-Eu pôs fui açúcar.-pegou no açúcar.
Rita-Deixa ver.-peguei no açúcar e depois de provar um pouco vi que aquilo não era açúcar mas sim sal!Olhei para o Rúben,mas por a Carolina continuar-se a rir olhei-a.-Carolina,foste tu que fizeste isto?
Carolina-Tava só a brincar mãe.
Rita-Mas não se faz estas coisas.-levantei-me com o sal na mão.-Não gosto que faças estas brincadeiras,nem tu nem o teu irmão por isto não vais voltar a repetir.
Carolina-Não
faz mal fazer isto mãe.
Rúben-Há brincadeiras e brincadeiras Carolina.-achei “estranho” ele falar,mas deixei ele continuar assim sempre mostrava que tinha capacidade de ter “mãos” nos miúdos.-Não se deve brincar com as outras pessoas,e coisas como trocar o açúcar pelo o sal são brincadeiras que só servem para fazer pouco das outras pessoas e isto não se deve fazer.-a Carolina olhou-o muito séria.
Carolina-Está bem,eu não volto a trocar o açúcar pelo o sal.
Com o “raspanete” do Rúben ela continuou a tomar o pequeno almoço sem falar mais uma palavra.Aquilo fez com que eu me apercebesse que afinal o Rúben consegue ter punho firme e ensinar algo como deve ser aos meus filhos.
Ele saiu lá
de casa com uma breve despedida,pois já iam tão atrasado que nem tempo para me
dar um beijinho teve.Estava na sala com os miúdos ,e apenas me falou que ia
embora e saiu.Mandei-lhe uma mensagem dizendo-lhe que podia vir até cá a casa
na hora de almoço,pois eu só iria para o trabalho à tarde,e poderíamos assim um
tempo só para nós.
Este tempo
só dependeu mesmo do treino que quando terminou,ele veio até lá a casa..talvez
por não me ter despedido dele,que quando ouvi a companhia fui toda entusiasmada
abrir a porta.
Rita-Olá.-falei com um sorriso enorme por o ver,mas ele não correspondeu ao sorriso e olhou-me com um ar sério.-Então?
Rúben-Tu sabes que gosto da Carolina.-entrou e fechou a porta.-Mas estas brincadeiras estão a passar dos limites.
O que terá
feito a Carolina?
Olá meninas :)
Ando com pouca inspiração quanto ao próximo,e os comentários baixaram..:S por isto espero que com estes comentários do 26 as coisas mudem ;)
Beijinhos
Rita
Olá meninas :)
Ando com pouca inspiração quanto ao próximo,e os comentários baixaram..:S por isto espero que com estes comentários do 26 as coisas mudem ;)
Beijinhos
Rita