segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Capitulo 8-"Então ele é o pai biológico dos teus filhos,mas nunca tiveste relações com ele?"


(Rúben)

Rúben-Passasse alguma coisa?-ela entrou sem que desse permissão mas também estando naquele estado nem lhe disse nada e fechei a porta.

Laura-Por acaso não te esqueceste de nada?-ia lhe responder mas ela nem me deixou.-Era  suposto ires até à minha casa!-levei a mão à cabeça já que me tinha esquecido por completo do jantar em casa da Laura,já que ela hoje tinha chegado lá do Norte.-Posso saber porquê?

Rúben-Tive treino,e estava muito cansado então vim até casa.

Laura-E nem um telefonema Rúben,ou a porra de uma mensagem!

Rúben-Desculpa,mas também não precisas dramatizar.

Laura-Não estou a dramatizar,mas parece que tudo é uma prioridade para ti menos eu!Eu que sou a tua namorada sou sempre colocada em ultimo lugar,estou farta Rúben!

Rúben-Laura menos sim?Só me esqueci de uma porcaria de um jantar,mais nada!Tu sabes muito bem que com estes treinos fico cansado e não posso sair sempre que me convidam..Esperava que compreendesses.

Laura-Eu estou farta de compreender tudo!Esyou farta de compreender o facto de esqueceres daquilo que combino para nós,de compreender este teu “cansaço” que mais parece uma desculpa para  não estarmos juntos como antigamente, e até mesmo muito farta de não quereres um futuro para nós.-olhou-me.-Tu já não me amas pois não?

Rúben-Oh Laura isto.

Laura-RESPONDE!-ela elevou o seu tom de voz fazendo com que eu voltasse a olhá-la nos olhos.

Rúben-Queres mesmo saber?-aproximei-me dela.-Não,já não te amo como quando festejamos o nosso primeiro aniversário,nem já sinto aquele “dependência” que temos no inicio de cada relação,aliás ela já desapareceu à muito porque agora já nem sei o que nos une..E se estás tão farta como dizes.-abri a porta.Ela olhou-me e fiquei em silêncio já que aquela porta aberta “falava” por si.
Ela agarrou na sua mala com a mesma agressividade que tinha batido à porta e falado comigo quando aqui entrou ,e saiu.Ela já estava a alguns passos da porta e “atirei” com esta fechando-se.

Se à pouco era o cansaço que me impedia de me levantar e preparar algo para comer depois do que tinha acontecido tinha perdido o apetite.

XXX

Na noite anterior depois daquela discussão  deitei-me e dali não sai acabando por adormecer…Hoje,já depois de ter “pensado sobre o assunto” ao pequeno almoço, ainda peguei no meu telemóvel e como não tinha nenhuma mensagem ou mesmo chamada perdida da Laura acabei por o atirar para cima da mesa.Uma pequena parte de mim queria pegar naquele telemóvel marcar o seu número e tentar resolver as coisas,mas uma ainda maior relembrava-me de como tinham sido estes últimos tempo, e as coisas que foram ditas ontem.Ai deixei esta ideia de ir buscar o telemóvel e fui treinar.

Rita-Olá Rúben.-ouvi aquela voz feminina que tinha se tornado habitual e olhei para o meu lado direto.Ela sorria mas ao reparar que ainda vestia preto ,mostrava que a morte da sua tia ainda estava muito presente.

Rita

Rúben-Olá.-cumprimentei-a com dois beijos no rosto.-Tudo bem?

Rita-Sim e contigo?

Rúben-Vai se andando.-ela olhou-me surpreendida,e ai “arrependi-me” da resposta que dei e o tom de voz que usei.

Rita-Então?

Rúben-Não é nada.-ela sorriu não deixando aquela minha resposta ficar esquecida.

Rita-Não te posso obrigar a contar o que se passa,mas se o quiseres fazer estou de ouvidos.

Rúben-Obrigada,só que o que preciso mesmo de é espairecer,deixar  de estar a pensar no mesmo.

Rita-Humm.-falou com o ar de quem estava a ali a “planear”alguma coisa.-O máximo que eu posso
fazer,como tua amiga  é convidar-te para um café.-sorri ao ver ela tentar animar-me.

Rúben-Então é um convite?

Rita-Se estiveres com vontade de matar este teu mau humor sim.-gargalhei.

Rúben-Não é mau humor.

Rita-Não,só acordaste com os pés de fora.-foi sarcástica.

Rúben-Ok eu aceito.-ela sorriu.-Mas repito não é mau humor.-demos uma breve gargalhada os dois .

Rita-Pois ,pois..Olha estás livre a que horas?

Rúben-Lá para as duas era óptimo  e tu?

Rita-Eu peço à Joana para ficar no meu lugar e assim já podemos ir.

Ela estava já perto da secretária e eu ainda tinha de ir equipar-me,então despedi-me dela com um “até logo” pois voltaria a vê-la daqui a pouco.

(Rita)

O Rúben tinha aparecido lá no Caixa com uma cara que era notório que não estava lá muito bem,no gozo chamei-lhe mau humor mas sabia perfeitamente que havia ali mais qualquer coisa.
E tendo em conta que eu também ainda tentava volta a 100% depois da morte da minha tia convidei-o para um café pois assim ele poderia espairecer (tal como tinha ele dito que precisava), e também de eu sair um pouco do trabalho e conversar com pouco com um amigo.

A Joana aceitou a minha proposta de troca , teve uma hora de almoço um pouco maior,e às duas horas ela já estava de volta e no meu lugar.

Rita-Obrigada Joana.

Joana-De nada.-sentou-se na cadeira onde teu tinha passada grande parte do meu dia.-Aproveita esta pausa.-piscou-me o olhou já que ela sabia o que tinha acontecido à minha tia à dias atrás ,e já a considerando como amiga tentava sempre animar-me.

Rita-Obrigada.

O Rúben mandou-me uma mensagem a avisar que já tinha chegado e ao sair do Caixa dei de caras com ele na porta.Como eu iria voltar para o Caixa fui no seu carro até ao bar,da sua escolha.

Rúben-Hoje ainda nem te perguntei como estão os putos.-estávamos já sentados com o nosso café quando ele falou nos miúdos.

Rita-Estão bem,em casa da Sónia.-ele bebeu um pouco de café,enquanto eu colocava o açúcar dentro da minha chávena.-E tu já estás melhor?-ele olhou-me,e depois sorriu.Mas este sorriso só mostrava que ele continuava a ter ali alguma coisa que o “atormentava”,pois mesmo conhecendo o Rúben à pouco tempo  tinha reparado que ele tinha um sorriso de orelha a orelha e hoje este sorriso não “aparecia”.

Rúben-Não é bem uma questão de estar melhor ou não.

Rita-Então?-ele olhou-me por alguns segundos e ao voltar a olhar para a chávena lá falou.

Rúben-Ontem discuti com a Laura.-depois de ele falar entendi o porquê de ele estar como está,afinal era mal de amores.-E acho que foi a última vez.

Rita-Mas vocês já não estão juntos?

Rúben-Ela está mesmo muito chateada ,saiu lá de casa sem sequer me dar resposta  mas tenho também alguma culpa nisto porque disse-lhe algumas coisas que não devia.

Rita-Eu posso não ser um expert em relações mas a culpa não é apenas de um ,por isto não te matrizes por causa de uma discussão.

Rúben-Mas não é apenas uma discussão,nós já andamos nisto à algum tempo…E ontem quando ela me perguntou se ainda amava..

Rita-Tu já questionas o que sentem...-ele olhou-me e vi nos seus olhos que tinha falado o que realmente tinha acontecido.

Rúben-É,às vezes acho que não devemos estar juntos..No princípio parece que encontramos a nossa cara metade ou lá o que queiram chamar, mas de dia para dia ia achando que afinal somos diferentes e não nos completamos como eu achava.

Rita-Pois eu compreendo porque estás desta forma,afinal ainda sentes algo por ela e acabamos sempre por ficar “marcados” por esta determinada pessoa,mas se achas que não dava para estarem mais juntos fizeste o melhor,afinal só ia acabar magoados.-ele olhou-me.-Sei que nem ela nem tu devem estar logo recuperados do fim da vossa relação, mas se vocês acharem que não devem voltar a tentar o melhor é afastarem-se.

Rúben-E é por isto que custa mais,vi da forma que ela saiu ontem lá de casa que não era o que ela queria..Mas ela também sabia que não a nossa relação não estava no seu melhor,ultimamente só discutíamos ..Agora é seguir em frente.-sorri-lhe.

Rita-É,e tens muitas pessoas que te podem animar.Olha o primeiro é o David.-ele sorriu.

Rúben-Sim que para bobagem é com ele.-gargalhei ao ouvir o que ele disse,já que parecia mesmo o David a falar desta forma.Voltámos a ficar algum tempo silêncio deixando já um pequeno “fio” de café cobrindo o fundo da chávena.-Posso te perguntar uma coisa?

Rita-Acho que sim.-coloquei os cotovelos em cima da mesa.

Rúben-Respondes apenas se quiseres.

Rita-Rúben diz lá.-estava já a ficar curiosa para saber o que ele ia perguntar e acabei por falar.

Rúben-Já foste casada?

Rita-Não,não,mas porquê?

Rúben-É que tens os miúdos e .

Rita-Ah.-interrompi-o,já que tinha percebido porque tinha me perguntado aquilo.-Eu nunca fui casada, à algum tempo que não tenho um namorado,à  uns três anos para ser mais concreta,e eu compreendo porque me perguntaste isto, afinal quando me conhecem e reparam que não há nenhum homem lá em casa surge todo o tipo de teorias.-ele sorriu.-Mas são poucos os que acertam,até porque não falo com todos quanto a isto.

Rúben- Adotaste os miúdos foi?

Rita-Não.-gargalhei ao ver ele “jogar o totobola” e (como muitos) tentar adivinhar o passado.-Não adotei , são meus filhos biológico ,só não tem o pai presente.Ele sabe que tem dois filhos e sabe onde morro até porque não quero afastar os meus filhos de ninguém muito menos do seu pai só que foi escolha dele não estar presente e também não o podia culpar.

Rúben-Ai não?Afinal ele é o pai deles, acho que é um ato um pouco cobarde estar com uma mulher e quando ela está grávida dar corda aos sapatos.

Rita-Pois mas eu nunca estive numa relação com o pai da Carolina e do Simão.-ele olhou-me confuso e
depois foi como se fizesse luz.

Rúben-Ah,foi  uma noite?

Rita-Não,não.Eu nunca me envolvi com o pai deles.

Rúben-Desculpa mas não estou a perceber nada.Então ele é o pai biológico dos teus filhos,mas nunca tiveste relações com ele?

Rita-Não, porque optei por ir a uma clínica e o pai do deles apenas deu o seu esperma.-ele estava de queixo caído e ficou alguns segundos olhando-me.-Rúben?!-chamei-o já que ele me olhava especado.

Rúben-Ah..Então não foste muito tradicional.-gargalhei ao ver ele todo surpreendido a falar daquela forma.-Desculpa mas ainda estou um bocado chocado é que não esperava.

Rita-Não faz mal,foram quase quatro anos  de deixar todos chocados,desde familiares a amigos por isto não tem importância.

Rúben-E os miúdos quando perguntam pelo o pai?

Rita-Digo que ele não está presente porque não vive cá no país  mas que podem falar com ele quando quiserem.

Rúben-E eles pedem?

Rita-Para falar com o pai?Pedem ,o pai deles procura saber deles pelo menos duas vezes por ano e eles até já falaram, por telefone,envio-lhe foto das datas mais especiais, mas ele próprio me disse que iria ser desta forma.

Rúben-E tu não te importaste?

Rita-É claro que gostava que ele estivesse presente,mas tendo em conta o método que escolhi para ter os meus filhos não podia pedir isto em troca.Queria muito ser mãe..É  uma consequência desta escolha.

Rúben-Compreendo.

Como tínhamos de ir,peguei na minha mala e procurei a carteira.Só que mala de mulher é poço sem fundo!E
tive de tirar tudo para fora até encontrar a minha carteira.

Rúben-É tua?-apontou para a máquina fotográfica que tinha colocado em cima da mesa.




Rita-Sim é.

Rúben-Não sabia que gostavas de tirar fotos.

Rita-Adoro!Especialmente com os miúdos,quero guardar todos os momentos e estar com ela sempre dá muito jeito.

Rúben-Posso?-apontou a lente da minha direção.

Rita-Na,na,na.-ele sorriu,enquanto eu abaixava a lente da máquina.

Rúben-Não disseste que gostavas de tirar fotos?-sorriu.

Rita-Gosto mas acho que aqui à algo que deve ser fotografado.-tirei a máquina das suas mãos
.
Rúben-O quê?

Rita-O teu sorriso.-ele olhou-me.-Sim estou a  sério.

Rúben-Não estou nos melhores dias.

Rita-Deixa de ser parvo tens um sorriso muito bonito.-apontei a lente na sua direção -Vá  sorri.-esperava que ele sorrisse mas ele falou.

Rúben-Tiras a foto e eu tiro um a ti?

Rita-Feito!-levantei a lente da máquina e tirei a foto,mostrei de seguida a ele e depois dei-lhe a máquina.


Rúben-Vá,olha o passarinho.-tirou-me uma primeiro onde coloquei as mãos à frente em formando um triangulo.-Oh assim não é o mesmo,vá tira as mãos da frente.
Rita-Shii mandão..-falei entre os dentes e depois coloquei-me quieta algum tempo tirando ele a foto.



Mostrou-me depois a foto e sorriu ao ver as 3 fotos que tínhamos tirado.Olhei depois para ele e vi que estava perdido nos seus pensamentos.

Rita-Então continuas no mesmo?-ele sorriu.

Rúben-Estou a precisar de ir para casa.

Rita-E o que vais fazer em casa?

Rúben-O meu jantar e ir para o meu quarto.

Rita-Ou seja só te falta o gelado e vestires o pijama para estares numa depressão ..Vais é jantar a minha casa!

Rúben-Não.-sorriu.

Rita-Ai sim sim,e não foi um convite já está decidido.

Rúben-Não é preciso Rita estou bem,só te estou a chatear.

Rita-Estás lá nada!És meu amigo e eu não gosto de ver os meus amigos em baixo, e vais só jantar lá a casa,vais ver que a jogar com o Simão te distrais um pouco.-ele sorriu.

Como eu estava bastante decidida em ele ir até lá a casa ele não teve outra escolha senão aceitar e perguntar a que horas deveria passar lá por casa.

Ele chegou lá a casa estava eu na cozinha a preparar o jantar,sendo que foi o Simão que me veio avisar que estavam a tocar à campainha.

Simão
Carolina


Ele entrou e como o Simão o “puxava” para a sala ele lá foi.


(Rúben)

Rita-Vocês ficam bem?

Simão-Sim mãe!

Rúben-Posso te ajudar se quiseres.

Rita-Não ficas aqui com eles que eu trato de tudo.-a Carolina estava de braços cruzados encostada ao sofá.

Rúben-Tás boa Carolina?

Carolina-Sim.

Rita-Filha porque não vais brincar para o quarto?

Carolina-Não vou sozinha!

Rúben-Eu posso ir com ela.-terminei de falar e já me tinha arrependido de ter dito aquelas palavras .

Rita-O Rúben ofereceu-se para ir contigo,não queres?-ela olhou-me  com sempre me olha ,quase como dizendo para ir embora.

Carolina-A mãe onde fica?

Rita-A mãe está na cozinha.-a miúda olhou para mim com um sorriso, pela primeira vez ,e disse que sim mas tenho de confessar que apesar de ser uma miúda de quatro anos me assustou um bocado já que parecia que queria era me fazer alguma.

O Simão não quis disse que ia ficar a jogar e ainda que eu voltasse dali a pouco.Ela abriu a porta do seu quarto e quando dei uns primeiros passos dentro deste engoli em seco…Nunca tinha visto tanto cor de rosa numa só divisão.





Carolina-Senta-te aqui!-apontou para um pequeno baú com um assento aos pés da cama.Fiz o que ela disse enquanto olhava em volta ai “aterrorizado” com todas aquelas bonecas e rosa.Ela virou-se e foi procurar sei lá o quê.

Rúben-E a que costumas brincar Carolina?-perguntei meio a medo.

Carolina-Às princesas!-falou enquanto se virava e em cada uma das suas mãos tinha uma mala com tinha todos aquelas “coisas de miúda”.


Como vai correr esta brincadeira de princesa com o Rúben?
O que irá a Carolina fazer?


Olá ,meninas!
Ultimo capitulo de 2012!!Espero que deixem muitos comentários sim? :)
FELIZ 2013! :)
Beijinhos
Rita




quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Capitulo 7-"Então ela é divorciada?"




(Rúben)

Rúben-Finalmente!

Cátia-Olha tu queres me explicar porque tive de vir até aqui?-como a Laura não  cá em casa e não queria estar feito menino da mamã e ir logo chamar pela Belinha só me veio à cabeça um nome…O da minha irmã.

Rúben-Eu preciso da tua ajuda.

Cátia-Em quê?

Rúben-É que tenho uma miúda cá em casa.

Cátia-Espera aí!-não me deixou terminar.-Já tens idade para saber te desenrascar não?

Rúben-Tás parva?!Não é nada destas coisas,ela tem quatro anos e está cá também o seu irmão gémeo mas a miúda está sempre a embirrar comigo.

Cátia-E estás a tomar conta destes miúdos porquê?-continuávamos na entrada .

Rúben-São filhos de uma amiga minha,e a tia dela morreu e como ela não tinha onde deixar os miúdos .

Cátia-E tu foste aceitar ficar com eles não é?!-interrompeu-me.-Mas a Laura não está cá em casa?

Rúben-Não está no Norte,é uma viagem de trabalho.

Cátia-Então vamos lá ter com estes miúdos.

Fomos até à sala e ai os miúdos ainda estavam sentados no sofá tal como quando eu sai.
Apresentei-os à Cátia,sendo que o Simão começou logo a falar com ela.
Sentei-me no sofá e deixei a Cátia tratar do resto.

Cátia-Esta é a tua boneca?-a Carolina olhou-a.

Carolina-É,é a Bela Adormecida.

boneca da Carolina
Cátia-É muito bonita.-a Carolina sorriu,algo que aconteceu primeira vez desde que os trouxe cá para casa.O Simão já estava no colo da Cátia mas a Carolina acabou por ir lá parar também.Como eles estavam a dar se muito bem e a miúda até já nem chorava ou perguntava pela mãe levantei-me e fui tratar de de dar um jeito à cozinha,que por ter estado até agora a “remediar” a situação da Carolina  tinha ficado com a loiça toda em cima da mesa.-Só mesmo tu para te meteres numa embrulhada destas.-ouvia falar e virei-me.

Rúben-Não lhe ia dizer que não,tinha acabado de saber que a tia morreu e eu ia ficar indiferente.

Cátia-Que coração  mole que ele está.-tocou-me no rosto e falou para se meter comigo.

Rúben-Deixa-te de cenas!Os miúdos até que são quietos,aquela miudinha é que não gosta de mim não sei porquê.

Cátia-Deves lhe fazer lembrar o bicho papão.-gargalhou.

Rúben-Estás muito engraçada…

Cátia-Desculpa,mas disseste ou fizeste alguma cena para ela ficar daquela maneira?

Rúben-Não,aliás ela desde que me conheceu que olha para mim daquela maneira.E não tem qualquer problema em dizer-me na cara que não gosta de mim.

Cátia-Pelo os vistos ela não gostas quando estás por perto,mas quando o pai ou mãe daqueles miúdos os vem buscar?

Rúben-É a mãe que a vem buscar,já o pai é mais difícil.

Cátia-Agora quero saber!Conta lá.

Rúben-Primeiro falas baixo porque não sei se a Rita fala do pai aos miúdos e não quero lhe arranjar
problemas e segundo pouco sei..Ela só me falou disto uma vez.

Cátia-Está bem mas conta.-falou agora num tom mais baixo,olhando-me de braços cruzados.

Rúben-Ela só me disse que não estava nem casada nem que tinha namorado,ou seja o pai dos miúdos não vive com ela.

Cátia-Então ela é divorciada?

Rúben-Sei lá Cátia,mas acho que não…Se fosse este o caso os miúdos também deveriam ir ver o pai e isto não acontecesse.-ficamos algum tempo em silêncio.

Carolina-Cátia!-ouvimos a voz da Carolina e olhamos para a porta da cozinha.

Cátia-Diz pequenina.

Carolina-Está a dar as princesas vens mais eu ver?-deu alguns passos entrelaçando a sua mão na da Cátia e enquanto falou foi a puxando fazendo com que ela desse alguns passos.

Cátia-Está bem.-a Cátia olhou-me e depois falou.-E o Ruben não pode vir connosco?

Carolina-Não só tu.

A Cátia foi com a Carolina e quando já tinha terminado de dar um jeito à cozinha fui para a sala.Encontrei os dois miúdos já a dormir,o Simão no sofá esticado e aos seus pés estava a Cátia que também já tinha fechado os olhos com a Carolina no seu colo.

Rúben-Então?-dei um toque na cabeça à Cátia que acordou assutada.

Cátia-Mas tas parvo?!

Rúben-Fala baixo,os miúdos estão a dormir.-ela olhou para a Carolina e depois para o João.

Cátia-A tua amiga ainda não chegou?

Rúben-Não ainda não.Como os miúdos foram adormecer?

Cátia-Que raio de pergunta Rúben,adormeceram pronto! Estávamos a ver os desenhos animados e eles adormeceram.

Rúben-E pelo os vistos não foram os únicos.

Cátia-Pará de reclamar e ajuda-me a tirar a Carolina do meu colo sem ela acordar.

Peguei na Carolina e assim a Cátia pode se levantar.

Cátia-Eu agora vou para casa.-pegou na sua mala.

Rúben-Vais para casa?

Cátia-Sim,já está a ficar tarde.

Rúben-Vais me deixar sozinho com eles?

Cátia-Rúben por favor eles já adormeceram e sabes que até eles são uns queridinhos.

Rúben-Ya especialmente a Carolina..-fui sarcástico e ela gargalhou

Cátia-Mas agora tens medo uma miudinha de quatro anos?

Rúben-Achas?!Não é isto,ela vai é começar a fazer birra quando acordar e olhar para a minha cara.

Cátia-Também não podemos a culpar não és assim lá muito bonito.-sorriu.

Rúben-Não estavas de saída?

Cátia-Pronta já me vou.-sorriu.-Adeus.

Depois de acompanhar até à porta voltei para a sala.Eles estavam a dormir cada um deles num dos sofás.Pensei em levá-los e deitá-los no quarto que tenho vazio lá em casa..Mas ainda ia os acordar por isto fui buscar duas almofadas que coloquei  delicadamente debaixo da cabeça de cada um deles e ainda um cobertor para por sobre cada um deles.
Estava a ajeitar o cobertor ao Simão tocaram à campainha.

Rita-Olá.-em volta dos seus olhos estava presente a cor vermelho que só mostrava que tinha estado a chorar e agora disfarçava este choro com um sorriso.

Rúben-Olá.-desviei-me deixando ela entrar.-Como estás?

Rita-Cansada..Muito cansada.Os miúdos?

Rúben-Estão na sala,adormeceram.

Rita-A sério?-vi que tinha preferido que isto não acontecesse.

Rúben-Sim jantaram e depois acabaram por adormecer.

Rita-É que assim tenho de os acordar.-olhou para o relógio.-Mas tem de ser que já é tarde.

Rúben-Podes ficar cá se quiseres?Tenho um quarto livre.

Rita-Não,não.Eu vou para a minha casa.

Rúben-A sério não me importo.

Rita-Eu agradeço mas já fizeste suficiente,agora tenho de ir para casa com os meus meninos.

Rúben-Tu é que sabes mas se quiseres ficar não me importo.

Rita-Obrigada na mesma.-sorriu.

Fomos até à sala e aí ela sorriu de orelha a orelha ao ver os miúdos que dormiam serenamente.Ela começou por procurar todos os brinquedos dos miúdos colocando eles dentro das mochilas deles.
Tentou tirar dos braços da Carolina aquela sua boneca mas era impossível tirar aquela  boneca os seus braços sem a acordar.Então a Rita deixou a boneca ficar nos seus braços.

Ela pegou na Carolina e vi que ia precisar de ajuda a levar os miúdos para o seu carro,então pelo o caminho até ao seu carro ajudei-a a levar primeiro a Carolina e depois o Simão.

Rita-Rúben eu tenho mesmo de te agradecer-sorriu.-Obrigada por teres tomado conta deles,sei que devem ter dado umas dores de cabeça .-gargalhei.-Por isto obrigada.

Rúben-Eles ficaram bem..A Carolina é que teve mais saudades tuas já o Simão nem refilou.

Rita-Pois eu sabia que ela ia dar mais trabalho.-depois de falar bocejou fazendo nós os dois gargalhar.-
Desculpa mas estou mesmo muito cansada.

Era notório que ela estava realmente muito cansada e por isto despedi-me dela e fui me deitar que também já estava mais do que na hora.

XXX

(Rita)

No dia seguinte à morte da minha tia fiquei por casa com os miúdos,eles passaram o dia na sala e só me chamavam quando queriam comer.

No fim do dia levei-os até à minha cama e ai falei-lhes sobre o que tinha acontecido no dia anterior.Como é obvio não lhes contei com a frontalidade que diria a um adulto,relembrei-lhes que a tia tinha estado muito doente nestes últimos tempo e que ontem tinha falecido devia a esta doença.

Eles perguntaram logo o que era falecer (o que eu esperava ) e onde ela estava.Disse-lhes que era algo que acontecia especialmente quando estamos doentes e com mais idade..Quanto onde a tia estava agora disse que agora ela era como “anjo da guarda” de todos aqueles que sempre lhe deram carinho e se preocuparam com ela enquanto esteve perto de nós.

A Carolina foi quem se veio encostar a mim,sendo de eles dois a que ficou mais “abalada” com esta notícia,o Simão como era mais “despreocupado” e “cabeça no ar” depois de eu lhe falar sobre a morte da minha tia ele nem disse mais nada.

Na manhã seguinte tinha de voltar ao trabalho e os miúdos tinham de ir para a casa da Sónia.

Simão-Mãe eu hoje vou ao treino?-falou enquanto tomávamos o pequeno almoço.

Rita-Queres ir?

Simão-Quero.

Rita-Então a mãe pede à Sónia para te ir deixar lá no Caixa.

Simão-E quem é que me vai buscar?

Rita-A mãe depois vai  te buscar e voltamos para casa.

Carolina-E eu mãe?-falou como se tivesse me esquecido dela.

Rita-Oh filha tu ficas mais a Sónia.

Carolina-Eu não quero ir ver futebol mãe.

Rita-Então vais com a Sónia para casa.

Carolina-Eu gostava mais de ficar com a mãe…O Simão não vai para a casa da Sónia vou ficar sozinha mãe.

Rita-Filha a mãe vai estar a trabalhar.

Carolina-Eu ficava quieta mãe,vá lá…Só hoje..-fez beicinho.

Rita-Tu prometes que ficas quietinha no trabalho da mãe?

Carolina-Sim.-sorriu.

Como já tínhamos combinado que ela iria estar comigo enquanto o Simão treinasse ela lá ficou toda contente e terminaram os dois de tomar o pequeno almoço.
Simão
Carolina
Rita
Cheguei a casa da Sónia o Roberto já estava a sair para ir trabalhar, despedimos-nos dele e entramos.
Os miúdos foram logo para a cozinha já que a Sónia lhes disse que   tinha donuts em cima da mesa.

Rita-Não precisavas de ter comprado nada .

Sónia-Oh o Roberto ontem foi às compras e disse-lhe para uma caixa e donuts que sei que os miúdos gostas.Como estás?

Rita-Vai se andando.

Sónia-Ontem fui a casa dos teus pais…O teu pai estava mesmo em baixo.

Rita-Pois eu sei,aliás quero ir vê-lho .Ver os miúdos talvez o deixe um pouco melhor.

Sónia-É faz isto,vais trabalhar?

Rita-Sim ontem fiquei em casa  mas hoje tenho mesmo de ir trabalhar.

Sónia-Os miúdos ficaram bem em casa do ..-estava meia “adormecida” mas ao ouvi-la parar de falar olhei-a.-Como é nome dele?

Rita-Ruben,e já te o disse imensas vezes…Andas a ficar muito esquecida.-ela sorriu.

Sónia-Desculpa se não me lembro do nome do teu amiguinho sim?!E já agora por falar em amiguinho o
outro brasileiro nunca mais disse nada?

Rita-Não porque nem tem de dizer.

Sónia-Vais me dizer que não gostarias de ter uma “história” com o rapaz.

Rita-Por acaso não,nem eu nem ele.

Sónia-Ele já te disse isto por acaso?

Rita-Sim já disse,disse no jantar.Ele também não está interessado em ninguém.

Sónia-Pelo os vistos este tal Ruben nem sabe arranjar um solteirão que não queira estar sozinho.

Rita-Sónia eu vou-me embora que tu estás já a falar do que não deves.-abri a porta.

Sónia-Podes fugir mas não te podes esconder Ritinha.-falou com um sorriso enquanto eu saia.

Rita-Txau!-fechei a porta e fui até ao meu carro.

No trabalho grande parte do pessoal veio logo pela a manhã me dar as suas condolências acompanhadas por um ou duas palavras de consolação.

A Joana e a Daniela até se ofereceram para ficarem no meu lugar,assim poderia ir para casa ir estar com os meninos mas já tinha faltado ao trabalho ontem e não podia me dar ao luxo de faltar ao trabalho outro dia.
Depois da breve conversa que tive com elas lembrei-me do meu pai e da minha mãe e peguei no telemóvel.
A minha mãe disse que o meu pai tinha à pouco se levantado e estava agora a tomar o pequeno almoço,já ela tinha acordado à mais tempo mas notei que pela sua voz ela não estava no seu melhor,mas compreendi dadas as circunstâncias.

Pedi-lhe para passar o telemóvel ao me pai,sabia que ele estava a tomar o pequeno almoço mas queria mesmo ouvir a sua voz para saber como ele estava.

Pai-Rita?

Ríta-Olá pai,como está?

Pai-Vai se andando e contigo?

Rita-Estou no trabalho.

Pai-Fazes bem.-a sua voz estava muito monótona e era notório que tinha acordado à pouco.-Os meninos como estão?

Rita-Bem foram para a casa da Sónia.

Disse-lhe que ia à sua casa depois de sair do trabalho e já ia levar os miúdos comigo.Sabia que assim sempre poderia trazer alguma “alegria” aquela casa que neste momento não estava num ótimo ambiente.
Quem também veio me dar os sentimentos pela morta da minha tia foi o David,que chegou logo com um sorriso.

David-O Ruben me contou o que aconteceu..Cê tá bem?

Rita-Não estou completamente bem,mas aqui no trabalho sempre me distraiu um pouco.-ele sorriu.

David-E os seus filhos estão bem?

Rita-Eles sim estão muito bem.Ficaram lá em casa da minha amiga mas daqui a pouco vem até cá.

David-Vão ter consigo é?

Rita-Mais ou menos.O Simão vem treinar e a Carolina pediu para ficar comigo aqui entretanto.

O Ruben veio também se juntar a nós,e por ter aparecido já  algum tempo depois do David ele começou com umas bocas de ele ter demorado imenso por estar a por cremes e por ter ficado em frente do espelho ,segundo o David,”banhando o cabelo com gel”.

Nestes últimos dias os miúdos tinham sido os únicos a conseguirem “arrancar-me” um sorriso mas  com estas picardias entre eles dois acabei mesmo foi por gargalhar o que levou eles a sorriam já que tinham conseguido me deixar mais bem disposta.
Tanto a minha como a hora de almoço deles se aproximava por isto despedimos-nos e fomos cada um para o seu lado.

A Sónia telefonou-me avisando-me para vir até ao Caixa,fui até ao exterior e os miúdos já estavam fora do carro.
O Simão foi para o treino já a Carolina ficou ao meu lado na secretária.

Carolina-Mãe olha o David.-levantei a cabeça e olhei para a minha frente.Sorri ao ver o David que vinha
acompanhado com o Ruben.

David-Olá Carolina.-ela sorriu e saltou para o seu colo.

Rita-Olá outra vez aos dois.

Rúben-Tudo bem?-o Rúben falou enquanto olhava para o David que tinha agora a Carolina no seu colo.

Rita-O normal e contigo?

Rúben-Está tudo óptimo.-olhou-me pela primeira vez desde que a Carolina se tinha “atirado” para o colo do David.

Carolina-O que estás aqui a fazer?-perguntou ao David.

David-Vim treinar aqui com o Ruben.

Carolina-Oh…Não podes ficar aqui?

David-Não ,não vai dar.

Carolina-Oh..-abraçou-se ao David.

Rúben-Mano temos de ir ,senão ainda vamos ouvir o mister.

Carolina-Quem é mister?

Rúben-É o nosso treinador.-apesar de a pergunta ter sido para o David foi o Ruben que a respondeu.Vi que ele estava com pressa e falei para a Carolina vir para perto de  mim pois eles tinham de ir.Ela despediu-se do David e ao Ruben disse adeus ,acenando.

Ao contrário dos outros dias hoje fui sai do Caixa já com os miúdos,o que me dava menos trabalho assim não teria de dar mais “voltas”.

 (Rúben)

O treino tinha sido esgotante e ao chegar ao carro já contava os minutos para chegar a casa,mas com um telefonema do Mauro tive de “mudar o rumo”.

Disse-me para ir ao Spa ,e mesmo a vontade sendo pouco lá fui.Fiquei lá algum tempo,já que tive de tratar alguns assuntos e enquanto o fiz tinha um pressentimento de que faltava qualquer coisa…Como um sexto sentido que me estava a dizer que tinha me esquecido de algo mas estava tão cansado que quem teve a minha atenção foi a minha cama.

É que nem preparei o jantar,deitei-me liguei a televisão e deixei-me ficar.
Tocaram à campainha e eu olhei para o relógio.Não esperava ninguém muito menos aquela hora,mas mesmo assim não ia ficar ali deitando enquanto batiam à porta lá de casa.

Rúben-Laura..-abri a porta e via ali especada com a mala na mão e olhava-me cá de uma forma.-Está tudo bem?

Laura-Está tudo bem?!?!

O que terá feito o Rúben?
Irá a Laura chatear-se com ele?


Olá meninas! :)
Como já devem ter reparado este não é o mesmo blogger,tive de criar outra conta devido a um precalço..Espero que compreendo e que continuem a deixar as vossas opiniões,tal como no capitulo 6 sim? :)
Vou tentar postar nos próximos dias,mas ainda estou a tentar recuperar o que perdi :\
Beijinhos para todas!
Rita



Capitulo 6-"Eu só quero a minha mãe!"


(Rúben)

David-Sim mano,mas porque cê falou isto?

Rúben-Porque a miúda é uma mimada , sempre que me vê olha cá de uma maneira que só mostra que me quer é bem longe.

David-Ela foi muito queridinha ontem,brincou com o meu cabelo e até veio para o meu colo.

Rúben-Fogo então aquela miúda só a mim é que faz aquelas cenas.

David-Ela não pareceu se uma menina mimada.

Rúben-Pois mas quando a vejo ela só olha para mim de uma maneira que se o olhar matasse…

Nuno-As duas amélias vão se equipar ou preferem ficar a conversar?-o Nuno vinha atrás de nós mas por termo parado algum tempo ele acabou por passar à nossa frente.

(Rita)

O trabalho corria no seu ritmo normal,sendo que eu ainda estava acompanhada pelos os lenços.
Perto das 10 horas recebi um telefonema.Era a Sónia feita mãezinha para saber se eu estava bem.

Rita

Rita-Sónia já te disse que estou bem,aliás estou muito melhor do que ontem.

Sónia-Tomaste o comprimido ?

Rita-Sim tomei, a sério que estou melhor.

Sónia-Só estou preocupada contigo,não gosto de te ver toda cheia de babas.

Rita-Olha obrigadinha!-ela riu.-Como estão os miúdos?

Sónia-Estão bem,ontem  o Roberto trouxe uns bolos e eles agora estão na deliciar-se com eles.

Rita-Tu vê lá que não quero que eles comam bolos a toda a hora.

Sónia-Sim senhora,não lhes dou mais nenhum bolo.E tu toma juízo!Se precisares de vir para casa pede ai a uma das meninas que faça o teu lugar e os miúdos até podem ficar comigo assim podes descansar.

Rita-Obrigada mas não vai ser preciso.Adeuzinho.

Sónia-Txau.-desliguei a chamada e arrumei-o dentro da minha mala.

Continuei com o trabalho até a Joana vir até perto da minha secretária.Ficamos a conversas algum tempo ,o que sempre dava outro “ambiente” enquanto eu trabalhava.
Vi o David passar e acenei-lhe,pois pensei que ele iria continuar no seu caminho mas aquela preocupação de ontem não tinha desaparecido.

Rita-Ai à pouco a Sónia e agora tu,David eu estou bem.

David-Cê não devia vir trabalhar,assim me deixa preocupado.

Rita-Mas não precisas ficar preocupado,estou muito bem.A sério.

David-Tá bem.-sorriu.-Vou andando mas se precisar de alguma coisa me diga…Me dá o seu telemóvel?

Rita-Acho que sim.-sorri-lhe enquanto tirava o telemóvel da mala e lhe entregava. Pelo que percebi ele 
marcou o seu numero e depois voltou a dar-me o telemóvel.Ele acabou por ir embora e algum tempo depois ainda continuavam a sair jogadores entre eles o Rúben.Ele acenou com um sorriso e depois saiu.

Depois do meu almoço telefonei à minha mãe.Ela não parecia estar muito bem..Achei que tivesse se passado alguma coisa com a minha tia e perguntei-lhe sobre isto mas ela disse que o meu pai tinha saído e como ainda não tinha chegado não tinha novidades.
Aquilo ficou na minha cabeça e não consegui pensar em outra coisa senão na minha tia.Já se aproximava a hora de ir embora e cada vez ia acumulando aquele nervinho miudinho para poder ir ver a minha tia.

Rúben-Tudo bem?

Rita-Credo!!-falei logo depois de ouvir a sua voz,levando a minha mão esquerda até ao eu peito.Olhei-o e ele controlava o seu riso olhando-me como se fosse alguma maluca.-Desculpa.

Rúben-Não eu é que peço desculpa.-sorriu.-Não te queria assustar.

Rita-Desculpa mas é que estou um pouco nervosa.

Rúben-Mas está tudo bem com os miúdos?

Rita-Sim eles estão bem,é a minha tia..

Rúben-O que tem?-ia falar mas o toque do meu telemóvel impediu-me.

Rita-Já te digo.-peguei no telemóvel.-Sim?

Mãe-Rita..-ouvi a sua voz meia rouca,e depois de dizer o meu nome soluçou.

Rita-Mãe o que se passa?-reconheci logo que estava a chorar, e como já desconfiava do que vinha dali assim que terminei de falar senti as lágrimas a surgirem,aquela sensação que em milésimos de segundos os nossos olhos se tornam um pouco mais “pesados”.

Mãe-O teu pai telefonou à pouco.-ouvi o seu respirar que ia “interrompendo” as suas próprias frases.-A tua tia ainda foi para o hospital.-eu já estava feita em lágrimas e apesar de ouvir a voz do Rúben que ia falando num tom mais baixo,virei-me de costas para ele, já que para além das alergias agora com estas lágrimas todas à mistura ,precisava mesmo é de estar sozinha!A minha mãe ,entre soluços,falou o que eu não queria ouvir mas o que esperava…

Rúben-Está tudo bem Rita?-ele falou assim que desliguei aquele infeliz chamada ,estando eu ainda de costas.-Rita.-colocou a sua mão sobre o meu ombro .

Rita-Desculpa Rúben.-respirei fundo para poder terminar aquela frase.-Mas vou ter de ir embora.-olhei-o limpando as lágrimas que alagavam o meu rosto,ainda fui buscar um lenço mas por ter recebido aquele noticia à tão pouco tempo elas teimavam eu cair sem que eu tivesse controlo sobre  elas.

Rúben-O que se passa?É com a tua tia?-acabei por perder o controlo sobre as minhas emoções.Ele aproximou-se e falou.-Tem calma,vai ficar tudo bem?-senti a sua mão um pouco abaixo dos meus ombros subindo e descendo.Disse-lhe o que tinha acabado de acontecer entre soluções e tentativas de limpar aquelas lágrimas ficando ele olhando-me sem saber que dizer.-Os meus sentimentos…-acabou por falar alguns minutos depois.Agradeci-lhe e depois levantei a cabeça.

Rita-Tenho de ligar à Sónia.-assim que falei nisto foi lembrei-me de algo que foi como um balde de água fria…E acabei mesmo por levar a mão à cabeça.-Oh pá..

Rúben-O que foi?

Rita-É que tenho de ir ao funeral.-respirei fundo olhei-o.-E como a Sónia  e o Roberto são como família também devem ir..Ou seja os miúdos não podem ficar sozinhos,não vou poder ir ao funeral..-acabei por me desmanchar outra vez em lágrimas e desta vez o Rúben ,meio a medo ,abraçou-me.Conhecia-o à pouco tempo e mesmo já o considerando como amigo não gostava que ninguém me visse neste estado,mas depois do que tinha  acontecido não consegui levantar a minha cabeça e deixai-a pousada no seu ombro.Durante os minutos que estivemos sem falar pois os meus soluços e o meu respirar lá iam quebrando o silêncio,pode “expressar” aquela tristeza que tinha tomado conta de mim em milésimos de segundo.-Tenho de ir embora,assim sempre posso me ver a minha tia uma ultima vez.

Rúben-Espera..Eu posso ficar com os miúdos.-até agora não tinha consigo controlar as minhas lágrimas mas ouvir ele dizer isto acabei por o fazer.

Rita-Não não é preciso.-peguei na minha mala fazendo ela “cair” pelo o meu braço .-Eu fico com eles…

Rúben-Não,não.Tu queres ir ao funeral da tua tia,e apesar de estares desta forma não deves querer faltar  eu fico com eles é na boa.

Rita-Rúben a sério não é preciso.-sabia que provavelmente os miúdos não iam gostar da ideia de ficarem com o Rúben,especialmente a Carolina.

Rúben-Podes confiar em mim a sério.-olhei-o e quando o fiz acabei por deixar cair mais algumas lágrimas levando ele outra vez a abraçar-me mas desta por pouco tempo.-Eles estão agora em casa da tua amiga?É Sónia não é?

Rita-É sim.

Rúben-Então vamos no meu carro.

Rita-Mas eu trouxe o meu.

Rúben-Achas que vais conduzir neste estado?!É que nem pensar.

Nem dei luta e fui até ao seu carro.Chegámos à casa da Sónia e os miúdos ao verem o Rúben perguntaram o que ele estava ali a fazer.Disse-lhes que iam para a sua casa algum tempo porque a mãe tinha de ir a um lugar sozinha.O Simão ficou todo contente,já a Carolina começou logo a choramingar para ficar comigo,mas da maneira que eu estava não lhes ia contar agora o que tinha acontecido.Iria esperar e nos próximos dias ,lá em casa ,já depois de este assunto “assentar”   iria lhes dizer o que realmente tinha acontecido.Contei à Sónia o que tinha acontecido e como esperava ela falou que também iria ao funeral e foi até ao quarto mudar de roupa para irmos.
Simão
Carolina
Rita-Tens a certeza que não te importas?

Rúben-Sim eles ficam bem.

Rita-Podes só me dar  teu número para poder telefonar-te para saber como eles estão?

Rúben-Claro.-marquei no meu telemóvel o seu número e mesmo em frente ao Rúben a Carolina veio perguntar para onde eu ia,e se não podia mesmo ir com ela.

Dei um beijinho a eles os dois já dentro do carro do Rúben e depois fui ter com a Sónia para irmos até ao hospital.

(Rúben)

Simão-Vamos fazer o quê Rúben?

Rúben-Não sei o que queres fazer?-olhei para o vidro e vi o cenário habitual…o Simão a sorrir-me e com grande entusiasmo enquanto a Carolina olhava para o vidro agarrada ao peluche e ainda tinha os olhos vermelhos por ter ficado a chorar quando a mãe lhe disse que ia para a minha casa.

Simão-Podemos comer pizza?

Rúben-Claro que sim,e tu Carolina gostas de pizza?-tirei os olhos da estrada olhando para ela esperando a sua resposta.Ela olhou-me e falou.

Carolina-Eu só quero a minha mãe!

Rúben-A tua mãe daqui a pouco vem vos buscar,não precisar ficar assim.

Carolina-Mas eu quero ir ter com ela.

O Simão pôs-se a falar com ela,já que a mim ela só falava que queria a mãe.
Chegámos à minha casa e abri a porta,entrando logo o Simão tendo a Carolina me olhado algumas vezes antes de entrar e quando o fez (com um passo lento) voltou outra vez a olhar-me.

Carolina-A tua namorada?-o Simão tinha se sentado no sofá ,como se já se tivesse “instalado” já ela ficou parada na entrada na sala.

Rúben-Ela não está,foi viajar.

Carolina-Vamos ficar sozinhos contigo?-abaixei-me perto dela.

Rúben-Carolina eu só vos trouxe cá para casa porque a vossa mãe precisa de ir a um lugar sozinha e como a Sónia não podia tomar conta de vocês não iam ficar sozinhos e por isto ficam aqui algum tempo comigo.Está bem?

Carolina-Mas eu não gosto de ti.-assim que falou virou costas e foi se sentar ao lado do Simão.

Simão-Rúben posso jogar?

Rúben-Claro que podes puto.-liguei a Playstation e depois dei-lhe o comando,perguntei à Carolina se ela queria dormir, mas ela respondeu que não.Deixei o outro comando em cima da mesa caso ela mudasse de ideias.

Fui até à sala de jantar,olhando sempre para os miúdos encomendando a pizza.Depois de o fazer recebi uma chamada da Laura,disse-lhe o que tinha acontecido e ainda que os miúdos estavam cá em casa.

A pizza chegou e quando passei pela sala já com a caixa nas minhas mãos já eles os dois estavam a jogar.Coloquei três pratos na mesa e quando já tinha tudo pronto fui os chamar.
O Simão foi o primeiro a entrar na cozinha,vindo depois a Carolina que durante todo o jantar esteve calada e com a sua boneca na mão.

Depois do jantar eles foram os dois para a sala.Acabei por me juntar a eles mais tarde.

Carolina-Falta muito para a minha mãe chegar?-olhei-a.

Rúben-Ela daqui a pouco deve estar a chegar.-falei e ela começou encolheu-se e começou a chorar.Coloquei a minha mão sobre o seu ombro e disse-lhe que dali a pouco a sua mãe deveria chegar mas mesmo assim ela continuou a chorar.O Simão até deixou o jogo e veio para perto da irmã para poder me dar ali um jeitinho para ver se ela parava de chorar, mas a miúda não queria mesmo estar lá em casa ,e a única coisa que queria era a sua mãe.

Voltei a falar com a Carolina mas ela apesar de já chorar menos,resultado da conversa com o Simão,continuava sem me querer  olhar.

Rúben-Queres falar com a tua mãe?-depois  de tantas tentativas para ela me olhar quando falei da Rita ela finalmente me olhou.

Carolina-Quero.-levantou-se e aproximou-se um pouco de mim.Peguei no meu telemóvel e telefonei à Rita.Ela logo perguntou se estava tudo bem com os miúdos,disse-lhe que sim  e depois passei o telemóvel à Carolina.

(Rita)

Cheguei ao hospital com a Sónia e o Roberto e lá ficamos algumas horas.Na campainha da minha família fui até à casa funerária onde passados algumas horas apenas o toque do meu telemóvel me fez “despertar” daquele ambiente.

Rita-Sim?

Rúben-Rita.

Rita-Oh Rúben,está tudo bem com os miúdos?-pensei que esta chamada seria por ele estar a entrar em stress com os miúdos e eu teria de ir a correr até lá a casa.

Rúben-Não eles estão bem..Aliás a Carolina é que quer falar contigo,achas que podes?

Rita-Claro que sim passa-lhe se faz favor.-ouvi ele passar-lhe o telemóvel à Carolina-Olá meu amor.

Carolina-Mãe!Quando a mãe vem buscar a gente?

Rita-Oh filha a mãe daqui a pouco vai está bem?

Carolina-Vai demorar muito?

Rita-Não princesa vai ser rápido.

Carolina-A mãe promete?

Rita-Eu prometo mas tu também tens de te portares bem,não podes estar a fazer birras em casa do Rúben.

Carolina-Eu não gosto de estar aqui,quero ir ter com a mãe.-ouvi ela começar a chorar.

Rita-A mãe daqui a pouco já vai está bem,mas tens de prometer que não choras.Está bem?

Carolina-Mas a mãe tem de vir rápido!

Rita-Sim a mãe já vai para ai,beijinhos.

Carolina-Beijinhos.

(Rúben)

Ouvia despedir-se da Rita e depois esticou o telemóvel na minha direcção.

Carolina-Toma.-peguei no telemóvel e arrumei-o dentro do meu bolso.

Simão-O que a mãe disse?

Carolina-Ela vem buscar a gente daqui a bocadinho.-o Simão voltou a olhar para a televisão e a concentrar-se no jogo.-Posso beber mais sumo?-perguntou-me meio a medo.

Rúben-Sim podes.

Fui buscar um copo de sumo e quando voltei para a sala dei-lhe.Depois de o beber ela volto a começar a choramingar pela mãe e a verdade era que já não sabia que fazer.Pedi ao Simão para ficar com ela algum tempo enquanto me levantei e telefonei para quem achei que podia “salvar” das birras da Carolina.
Voltei para a sala e a Carolina estava agarrada à tal boneca com o Simão ao seu lado que ia falando com ela como a consolando.

Ela lá foi contendendo aos poucos o chora mas quando a campainha tocou levantei-me e fui abrir a porta.

Quem será que vem “salvar” o Rúben dos miúdos?

Olá! :)
Espero que tenham gostado do capitulo mas para o saber é mesmo só deixarem as vossas opiniões,porque contam IMENSO :D
Já agora gostava de ver quem acham que vem socorrer o Rúben lool
Beijinhos e Obrigada! 
Rita





































Capitulo 5-"Ui que já é Ritinha e tudo."


(Rita)

Antes de sairmos do estádio eles falavam de quem ia com quem.Como é óbvio os casais iam no mesmo carro,já quando o Rúben falou para o David se iria no seu caro,ele olhou-me.Em poucos segundos percebi que eles dois eram grandes amigos e ainda que isto de o David vir também ao jantar era porque a Sónia não era a única a querer me arranjar um “par”.

O David convidou-me para ir com ele no seu carro mas como tinha trazido o meu e não me dava jeito nenhum voltar a este estádio disse-lhe que iria no meu.Ele compreendeu mostrando ainda um sorriso.
Disseram-me qual era o nome do restaurante mas não o conhecia e, por isto apenas segui o carro do Rúben.
Ao estacionar o carro retirei as chaves ,quando ia colocar a mão na porta para a abrir acabei por me desequilibrar e se não tivesse apoiado a minha mão direito no volante tinha mesmo caído para o outro lado.

David-Me desculpe.-olhei para o lado e vi que ele tinha aberto a porta  e era por isto que há segundos antes eu me ter desequilibrado ao tentar-me agarrar a uma porta que já estava aberta.Ele acabou por se inclinar para ver se estava tudo bem.

Rita-Não tem importância..Não tinha reparado que tinhas aberto a porta.-agarrei na minha mala e sai do carro.

David-Não queria te machucar.

Rita-Eu sei.-interrompi o.-E como disse não teve importância nenhuma.-sorri-lhe e ele acabou por retribuir o sorriso.

Laura-Meninos temos de entrar.-ouvimos a Laura falar e olhámos para eles os quatro que esperavam por nós perto da porta.

Entrámos os seis e o Nuno foi falar com o empregado que nos levou até à nossa mesa.Num dos lados ficou o Nuno e a Patrícia,numa das pontas estava o Rúben e do seu lado esquerdo sentou-se a Laura.

Laura-Podes ficar ao meu lado Rita.-puxei a cadeira que estava ao seu lado,restando a cadeira que estava na outra ponta da mesa onde se sentou o David.Eles iam conversando e eu ia ouvindo,já que por ser “nova” ali não me sentia como confortável a surgir com temas de conversa.´

O empregado veio até perto da mesa e alguns minutos anotou os nossos pedidos,para depois ir embora.

David-Aqueles meninos que foram ao jogo são seus filhos?-finalmente ouviu falar e olhei-o.

Rita-Sim são.A Carolina e o Simão.

David-São gémeos?

Rita-Sim,tem quatro anos,e tu não tens filhos?-ele sorriu.

David-Não,não…Gosto muito de crianças mas ainda não.-voltou a “cair” um silêncio entre nós os dois 
deixando-me apenas ouvir a conversa entre eles os quatro.-O Rúben disse que você trabalha lá no Caixa.-voltei a olhá-lo e não consegui deixar de sorrir,porque para além de ter encontrado um sorriso no seu rosto que tentava “quebrar o gelo” via que ele tentava manter a conversa viva.

Rita-Sim trabalho na recepção,jogas também futebol certo?

David-Jogo sim.-mostrou-me um sorriso que deixava claro que ele realmente amava aquilo que fazia.-Estou jogando no Benfica à quase três anos.

Depois de já termos tido esta “rampa” na nossa conversa,esta foi se mantendo mais acesa .Não tanto como a dos outros quatro que algumas vezes faziam uma pausa para ver como ia a coisas do nosso lado mas mesmo assim acabavam por retomar a conversa a quatro.

Já depois de termos jantado pedi licença e fui até cá fora.Queria saber como estavam os meninos e ainda apanhar um pouco de ar,pois este jantar  por não ser nada vulgar para mim tinha-me deixado mesmo a precisar de ter algum tempo sozinha.
Mandei uma mensagem à Sónia que me respondeu pouco depois dizendo que a Carolina tinha adormecido à pouco e que o Simão estava no sofá a ver desenhos animados e que pouco depois ia acabar por adormecer também.

Disse-lhe que dali a pouco iria até à sua casa buscar os miúdos,já que não pretendia ficar ali muito mais tempo.Tinha gostado de conhecer o David mas não da maneira que todos esperavam …Não queria que ele fosse mais do que um amigo e mesmo com a conversa tinha percebido que ele também não estava a conhecer-me desta forma.

David-Cê vai embora?-virei-me e dei de caras com o David que vinha de dentro do restaurante.

Rita-Sim tenho de ir buscar os meus filhos à casa de uma amiga minha.

David-Queria só falar consigo um pouco.

Rita-Claro diz.-ele aproximou-se um pouco.

David-Cê já deve ter reparado que o Rúben organizou este jantar para eu estar com você,e para que saiba nunca foi esta a minha intenção.-não consegui deixar de sorrir por breves segundos ao ver o ar com que ele falava comigo.Se tinha ficado com a impressão que o David era um “bom rapaz” com esta não restaram dúvidas.

Rita-Pois eu percebi eu não quero parecer demasiado frontal mas eu agora não procuro ninguém,comecei à pouco num novo trabalho e tenho os miúdos.

David-Compreendo.-sorriu.-A verdade é que também preciso de ficar sozinho um pouquinho.-o que ele disse fez com que eu sorrisse.-Amigos?-estendeu a mão.

Rita-Claro.-toquei com a minha mão na sua mas antes de ir embora despedi-me dele com um beijo no rosto.Voltei a entrar e rapidamente despedi-me de eles os quatros que convidaram-me a ficar mais um pouco ,mas eu tinha de ir buscar a Carolina e o Simão e não poderia ficar mais tempo no restaurante. Agradeci o convite pelo o jantar,paguei a minha parte da conta e fui até à casa da Sónia.

Sónia-Tu aqui?

Rita-Contem o entusiasmo Sónia.-ela tinha logo falado assim que me viu.-Já estavas deitada?-olhei-a de cima abaixo e vi que estava de pijama.

Sónia-Estava com o Roberto e o Simão no sofá.

Rita-Ele já adormeceu?

Sónia-Não,não.-entrei na sala e vi o Simão,que tinha um cobertor sobre as suas pernas e ao seu lado estava o Roberto ao seu lado.

Simão-A mãe veio me buscar!-gargalhei.

Rita-É claro que vim.-fui até perto do sofá e ao esticar os meus braços ele “atirou-se “ para o meu colo.-
Acho que a Sónia e o Roberto não precisam de um bebé.-olhei para a Sónia que apenas sorriu.Este sorriso só veio mostrar que ela estava mesmo cansada,o que compreendia pois tomar conta daqueles dois meninos não era tarefa fácil.

O  Roberto levou no seu colo a Carolina que foi já a dormir para o meu carro “embrulhada” num cobertor que me foi emprestado pela Sónia,o Simão foi ao seu lado e só adormeceu quando já estávamos em minha casa na sua caminha.

XXX

De manhã sentia-me um pouco em baixo.Sentia-me cansada e as minhas alergias já estavam a fazer das suas.Com lenços na mão lá vesti os miúdos e lhes dei o pequeno almoço.Por ser Domingo e eu estar neste estado ficamos por casa .
Preparámos umas pipocas já depois do jantar e os miúdos ficaram aninhados ao meu lado a ver um filme.

XXX

Ainda não tinha recuperado completamente das minhas alergias mas tinha de voltar ao trabalho!Os miúdos que já tinham reparado  que eu não estava no meu melhor e por isto até me “ajudaram” cá em casa.
Começaram a vestir sozinhos,mas é claro com as ajudas dos meninos foi muito mais fácil sair de casa com tudo já prontinho.
Simão
Rita
Rita
Ao entrar no Caixa tentava conter aquelas alergias mas estava difícil.Sentei-me a trabalhar com um pacote de lenços ao meu lado e lá ia dando utilidade a eles.

David-Cê está bem?-quando lhe olhei gargalhei .

Rita-Sim,sei que pode não parecer  mas sim estou.

David-Parece que está doente,não é melhor ir para sua casa?

Rita-Não David eu estou bem,é só umas alergias.Mas quando eu chegar a casa trato de fazer um chazinho e deitar-me um bocadinho.

Ele deu-me mais alguns concelhos tipo mãezinha.
O dia de trabalho não foi fácil mas tinha de ser feito.Chegou a hora de ir para a minha casinha e eu já respirava de alivio pois da maneira que estava precisava mesmo de ir embora para o quentinho da minha casa.

Rúben-Olá Rita.-olhei para trás quando ouvi o Rúben falar e vi que ele vinha acompanhado pelo o David.

Rita-Olá.-sorri-lhe apenas pois não me encontrava em condições de cumprimentar ninguém com beijos no rosto.

David-Cê está melhor?

Rúben-Melhor?Que te aconteceu?-olhou-me.

Rita-Calma é só as alergias.O David é que começou a fazer um grande filme, mas não é nada que assim que chegue a minha casinha não se resolva,ainda com os miminhos dos miúdos fico logo bem.

Rúben-Pois esta amélia exagera sempre um bocado.-dei um “toque” no cabelo do David o que me fez rir.

David-Nada disto,fiquei preocupado com você.-falou para mim.

Rita-Eu agora quando chegar a casa já trato de mim.

David-Eu vou para casa com você sim?-ele quando falou tanto o Rúben como eu olhámos para o David surpreendidos.

Rita-Não é preciso David eu vou bem.

David-Cê é como uma amiga e não é seguro ir para casa sozinha.

Rúben-Ele até que tem razão.-olhei-o,já que pensava que ele estava “do meu lado”.-Pelo menos para 
termos a certeza que chegas a casa em segurança.

Rita-Olha mas que dois,eu estou bem.-acabei por espirrar e ter de recorrer logo a um dos lenços.-A sério que estou.

Rúben-Nota-se.

David-É.-falaram os dois com sarcasmo.

Rita-Ok,não estou muito bem mas estou quase em casa,por isto não preciso de nada.Vá txauzinho.

O David acabou por vir ao mesmo passo que eu e não aceitou um “não” como resposta e veio ,no seu carro,atrás do meu.
Parei primeiro em casa da Sónia e quando sai do carro dei um pequeno “saltinho”  ao seu carro.Ele abriu o vidro e disse-lhe que já poderia ir embora,pois não tinha razões nenhumas para se preocupar.Mas ele ao saber que não tinha chegado à minha casa disse que ia esperar e que me acompanhava até à minha casa.

Sónia-De quem é aquele carro?-falou quando fechava a porta olhando antes para o carro do David.

Rita-É do David.

Sónia-Espera aí.-eu já ia caminhando para a sala onde estavam os miúdos e ela puxou-me pelo o braço direito.-Como assim do David?-sorriu.

Rita-Como estou um pouco cansada e com as alergias no máximo ele disse que me ia acompanhar até a casa,contente?

Sónia-Muito!Nunca te imaginei com um brasileiro com um cabelo como aquele mas pelo os vistos ele já anda a fazer muito.

Rita-Oh maluquinha ele não fez nada, nem vai fazer.Ele próprio me disse que íamos ser só amigos e eu concordei ,pois não quero nenhum homem agora.Tu para de fazer casamentos sim?

Sónia-Só te quero ver feliz mais nada.-voltei a espirrar.-Shii isto está mesmo mau.

Rita-Eu estou feliz.-voltei a espirrar.

Sónia-É ,e a precisar de um chazinho.

Com tanto espirro acabei por chamar a atenção aos miúdos que vieram ter comigo e já com as mochilas.
Fomos para o meu carro pouco depois e pelo o caminho eles acabaram por notar no carro que nos seguia,sendo que quem mais falou sobre o assunto foi o Simão que se lembrava do David do dia lá no estádio.
Sai do carro acompanhada pelos os miúdos que ao chegaram à porta de nossa casa ficaram quietos esperando que eu abrisse a porta.Assim que a abri eles correram a entrar pela a casa a dentro enquanto eu por cima do ombro vi o David a aproximar-se.

Rita-Estás a ver,cheguei muito bem a casa.

David-Não custou nada prevenir.-sorriu.-Os seus meninos são muito engraçados.

Rita-É…Já devem ter entrado atirado a mochila para um lado qualquer e estão a ver os desenhos animados.Queres entrar?-estávamos ali a alguns segundos mas estava já a ficar com frio e não queria ser rude ao ponto de nem lhe perguntar se queria entrar.Ele aceitou e entrámos já que eu tinha ainda de ir ver para onde tinham ido os miúdos.

Perguntei ao David se queria alguma coisa e ela aceitou um café mas quando cheguei à cozinha e comecei a colocar tudo em ordem para fazer o café ele já estava ao meu lado.

Rita-David eu faço.-ele insistia para ser ele a preparar o café e não eu.

David-Cê vai prepara um chá.

Rita-Um chá ?Mas não querias café?

David-O chá é para você,eu trato do meu café.

Rita-Shii tu és mesmo muito teimoso.-ele sorriu  de forma vitoriosa e lá lhe dei a chávena de café.Entre espirros preparei o meu chá e quando o café do David já estava pronto fomos até à sala.-Obrigada por tudo,mas acredito que eu estou bem,as minhas alergias é que gostam é fazer das suas.-ele sorriu.

David-Não tem de agradecer.-os miúdos estavam sentados na nossa frente a ver desenhos animados,sendo que a Carolina com o seu peluche na mão lá ia olhando para trás algumas vezes.-Os seus filhos estão sempre tão quietinhos?-gargalhei.

Rita-Tem dias.-olhei para os miúdos ,e neste momento a Carolina me olhava.-Como já é o fim de dia estão mais cansados.-a Carolina apoiando a mão direita no chão levantou-se,e agarrada ao peluche veio até perto das minhas pernas.-Está tudo bem?-falei para a Carolina.Ela acenou com a cabeça em sinal afirmativo enquanto olhava para o David.

David-Cê é muito bonita,sabe?-ela voltou a acenar com a cabeça em sinal afirmativo e depois olhou-me.

Carolina-Porque ele fale daquela maneira?-gargalhámos os dois.

Rita-O David é brasileiro,é o sotaque do Brasil.-ela olhou-me e depois voltou a olhar o David.

Carolina-Tens o cabelo engraçado.

David-É encaracolado como o seu.-tocou num dos caracóis da Carolina o que a fez sorrir.O Simão acabou por se levantar e vir também conversar com o David.

Deixei-os falar enquanto bebia o meu chá e até mesmo ia dando uso a alguns dos lenços.Sabia que o Simão costumava falar com quem lhe aparecesse à frente e desse “troco” às suas brincadeiras…Já a Carolina hoje foi uma surpresa!

Pois até agora ela não parecia fazer grande amizades com ninguém lá do Caixa,mas pelos os vistos tinha-me “enganado”.Com o David era só brincadeiras,especialmente metendo-se com ele devido ao seu cabelo.
O David era realmente uma pessoa muito querida e tenho de confessar  que ele tinha mesmo jeito para crianças…Ia fazer um dia uma mulher muito feliz.

Carolina-Adeus David!-sorriu e acenou-lhe.

David-Adeus,adeus Simão.-passou a mão pelo os caracóis do Simão.

Simão-Adeus.

Acompanhei-o até à porta e aí ele me deu voltou a falar que eu precisava de descansar e tomar alguma coisa par não ficar pior.Concordei com ele e disse-lhe que dali a pouquinho ia tomar o comprimido para as minhas alergias.

Já no quarto a Carolina pediu-me para lhe ler um livro.Peguei na sua história favorita ,o conto da “Bela Adormecida”.

Carolina-Mãe.-falou quando eu arrumava o livro já me preparando para ir até ao meu quarto.

Rita-Diz.-olhei-a.

Carolina-O David também joga futebol?

Rita-Sim ele jogo no Benfica.

Carolina-Como o Rúben ?

Rita-Sim como o Rúben.

Carolina-Ele joga onde o Simão joga?

Rita-Sim o Simão também joga no Benfica,mas não na mesma equipa que o David.

Carolina-Ah..O David é amigo da mãe?

Rita-Sim é.-aproximei-me dele e puxei um pouco mais o cobertor para perto dos seus ombros.-Tens de dormir filha.-falei já que ela parecia estar mais interessada em falar e falar do que descansar.

Lá pousou a cabeça na almofada e fechou os olhos.Fiquei alguns minutos perto da sua cama com os meus cotovelos pousados sobre o colchão ia passando a minha mão esquerda sobre os seus longos caracóis.
Quando ela adormeceu sai do seu quarto,mas antes de entrar no meu abri a porta do quarto do Simão que continuava a dormir que nem um anjinho.

XXX

(Rúben)

A Laura hoje partia para o Norte para uma viagem de trabalho,levantou-se bastante cedo e acabou por me acordar.
Como tinha o treino dali a pouco aproveitei e fui até à cozinha e comecei a preparar o meu pequeno.

Laura-Vou andando .-olhei-a.-Telefono-te quando lá chegar.

Rúben-Ok.

Antes de sair deu-me um beijo e ao pegar nas suas duas malas saiu.Dei um pequeno jeito à cozinha,já que nestes próximos dias ia ficar sozinho tinha mesmo de por mãos à obra e não deixar as coisas se “acumularem”,e depois fui até ao meu quarto.

Vesti-me,peguei na carteira na bolsa para o treino, nas chaves do carro e como já estava mais do que na hora fui até ao Caixa.
O David estava já na porta do Caixa mas quando sai do carro apressei um pouco o passo chegando perto dele.
A Rita ontem tinha aparecido cá de uma maneira que deveria era ter ficado em casa..Ela nem reparou que passamos por perto dela mas o David olhou-a por breves momentos e como me queria meter com ele lá falei.

Rúben-Vê se não te caem os olhos.

David-Quê?!

Rúben-Quê?!-imitei-o.-Tu ficaste todo babado a olhar para a Rita mano.

David-Tá maluco!Só olhei para à Ritinha.

Rúben-Ui que já  é Ritinha e tudo.

David-A Rita é minha amiga e olhei-a para saber como ela estava.Cê viu que ela está doente.

Rúben-Pois,pois conta-me histórias..Ontem sempre foste até à casa dela?

David-Fui sim.

Rúben-Então conta lá o que se passou.

David-Fomos buscar os meninos ,depois fomos até à sua casa.

Rúben-E?-  interrompi-o.

David-E não aconteceu nada mano,ela é só minha amiga.

Rúben-Ya e eu nasci ontem.

David-É verdade,estive brincando com os meninos.

Rúben-Ya o Simão é um grande puto.

David-E a Carolina só queria brincar.

Rúben-A Carolina?-ele olhou-me.

David-Sim a Carolina.

Rúben-Estamos a falar da mesma miúda?

Como irá correr esta conversa?


Olá meninas!
Antes de mais um bom Natal a todas ! :)
Deixo-vos aqui um capitulo e espero que gostem dele e que volte a ver o mesmo número de opiniões (ou mais :P) sim?
Beijinhos para todas!
Rita