(Rúben)
O Mauro
tinha saído e eu fiquei para ali a algum tempo, a pensar naquilo que ele me
tinha dito. É verdade que estava irritado com isto tudo e que a minha vontade
era mesmo ficar sozinho o tempo que fosse preciso para por as minhas ideias no
lugar, arranjar palavras para confrontar a Rita e tentar saber o verdadeiro
porquê de me ter escondido o facto de irmos ter um filho, mas ele falou dos miúdos…
e eram agora uma prioridade para mim, sabia que a Rita deveria ter ficado em
baixo e só de imaginar nos miúdos a verem a mãe neste estado dava cabo de mim e
não consegui ficar ali muito mais tempo.
Tinha de ir
até à minha casa nem que fosse para ver como eles estavam, podia não resolver
as coisas com a Rita hoje mas pelo menos ia poder ver como estavam.
Cheguei lá
a casa, abri a porta e o silêncio foi o suficiente para notar que os miúdos já
estavam deitados.
Fechei-a e assim
que dei alguns passos e ia em direcção da sala encontrei a Rita que vinha com
imensa pressa até à porta, mas parou ao ver-me. Estava de camisa de dormir e vi
no seu rosto que já teria estado a chorar... não pude deixar de sentir quase como
um “murro no estômago” por vê-la daquela maneira.
Rita - Rúben...
Rúben - Eu vim ver dos miúdos.
Rita - Eles estão a dormir, mas eu preciso de
falar contigo.
Rúben - Eu acho melhor fazermos isto amanha.-ia me
virar de costas mas ela puxou-me ficando outra vez de frente para ela.
Rita - Não,por favor vamos falar hoje.
Rúben - Já é tarde Rita.
Rita - E achas que consigo dormir estando
chateada contigo?! -mesmo não tendo
levantado o tom da sua voz notei que estava exaltada.
Rúben - Toma calma, eu não estou chateado contigo, estou é
desiludido. Tu estás grávida e eu como pai só esperava que me contasses.
Rita - Eu tinha medo, entendes? - assim que
falou aquilo lágrimas escorrem pelo seu rosto. -Não tínhamos planeado ter este filho, o George tinha acabado de decidir
que queria ter algum tempo para os miúdos e depois aquilo do infantário, eu não sabia o que
fazer! Pode ter sido errado, mas acredita que ia te contar hoje ou no máximo
amanha, apenas estava a arranjar coragem.
Rúben - Mas não precisavas de ter ficado com medo, nem
arranjar coragem. Eu não te ia deixar por estares grávida, podemos não ter
planeado este filho mas isto não quer dizer que eu fugisse às minhas
responsabilidades. Alias íamos encontrar uma forma de levar isto para a frente da
melhor maneira, não com mentiras Rita.
Rita - Já te pedi desculpa Rúben eu não sei o que
posso mais fazer…
Rúben - E eu só posso dizer que não esperava isto.
- ela baixo o olhar,enquanto levava as mãos ao rosto e ia limpando as lágrimas.
Rita - Rúben podes ir embora, mas fica a saber que
eu não consigo passar por isto tudo sozinha… - nem me deu oportunidade de
responder e foi para o quarto. Eu fiquei
algum tempo sem saber o que fazer e acabei por ir ver os miúdos.
Passei depois pela porta do
meu quarto e mesmo tendo colocado a mão na maçaneta fiquei sem saber se deveria
entrar.
Deixei-a
descansar ,fui buscar uns cobertores e uma almofada ao quarto do Simão e deitei-me no sofá. Não ia voltar para o meu apartamento, mas também não ia para o meu
quarto, já que não queria enervar mais a Rita. Ela estava grávida do meu filho
e hoje tinha sido sem dúvida um dia de emoções, não queria que houvesse mais
discussões.
XXX
Simão - Rúben! - senti empurrarem-me. - Rúben! - abri os olhos e na minha
frente estava a Carolina e o Simão com um ar que até me deixou assustado por ter
acordado.
Rúben - Está tudo bem? - sentei-me.
Carolina - Porque estás a dormir aqui?
Simão - Porque não estás mais a mãe?
Carolina - A mãe ontem chorou sabias? - assim que
ouvi aquelas palavras e o olhar deles ao dizerem aquilo, não queria mesmo eles
ficassem no “meio disto”, mas sim resolver tudo o que se tinha passado.
Rúben - Eu dormi aqui porque adormeci ontem depois
ver televisão. - menti, pois já tinha sido suficiente terem visto a mãe
naquele estado. - Mas não se passa nada,
não se preocupem. Dormiram
bem? - eles acenaram com a cabeça em sinal afirmativo.
- Então vamos até à cozinha que trato do
pequeno almoço.
Carolina - Mas a mãe?
Simão - A mãe não vai ter com agente? - levantei-me.
Rúben - A vossa mãe precisa de descansar, ainda é
muito cedo,por isto vamos tomar o pequeno almoço que ela vem depois ter
connosco.
Enchi duas
taças com leite,coloquei na frente de cada um deles e depois dei-lhes os
cereais e uma colher.
Simão - Porque ontem foste embora e a minha mãe
chorou? - olhei-o.
Rúben – Simão... - aproximei-me deles os dois. -
Eu e a vossa mãe tivemos a falar e eu
saí só para dar uma volta, mas como vêem eu voltei e não embora para lado
nenhum.
Carolina - Então porque a mãe chorou?
Rúben - São coisas de adultos, mas não vos quero
ver tristes porque eu e a vossa mãe vamos resolver as coisas e vocês são sempre
muito importantes para nós, está bem?
Eles
acenaram com a cabeça em sinal afirmativo e eu acabei por ficar ali ao seu lado
até acabarem de comer. Disse-lhes para irem lavar os dentes e entretanto liguei
a máquina de café.
Rita - Dormiste no sofá… - ouvi a voz da Rita
e olhei logo em direcção da porta.
Rúben - Sim. E tu como estás?
Rita - Estou bem... tenho de ir acordar os miúdos.
Rúben - Eles já estão acordados. - ela
olhou-me. - Tomaram o pequeno almoço e
foram agora lavar os dentes.
Rita - Eu tenho de me despachar para ir trabalhar.
Rúben - Não. - dei alguns passos e coloquei-me
na sua frente. - Hoje vais ficar em
casa, eu quero falar contigo.
Rita - Rúben eu estou bem e não vou faltar ao
trabalho.
Rúben - Vais, aliás eu só vou treinar mas depois
volto para aqui e nós vamos falar.
Rita - Queres falar?
Rúben - Tens um filho meu dentro de ti, o Simão e a
Carolina são a nossa prioridade, e eu apesar de tudo amo-te, é claro que quero
esclarecer as coisas, mas tem de ser quando chegar... - ela olhou-me. - Agora vai comer, que eu vou me vestir.
Ela não
disse mais nada apenas se afastou e foi preparou o seu pequeno almoço. Deixei-a
ficar e fui até ao nosso quarto.
Mudei de
roupa, tomei o pequeno almoço, despedi-me dos miúdos e ainda passei pela
cozinha.
Rúben - Bem eu vou andando, trata de telefonar lá
para Caixa, se faz favor.
Rita - Sim eu ligo.
Olhei-a
mais uma vez e fui até ao treino.
(Rita)
Eu não esperava
ver aquela almofada e os lençóis no sofá depois do que tinha acontecido ontem.
Sei que tinha agido mal e agora estava a “pagar” por isso mas de uma coisa
tinha a certeza, não era capaz de passar por uma gravidez sem o apoio do Rúben.
Esta ideia
ainda me assustava, podia até ser parvo depois de ter sido mãe de gémeos mas desta vez é uma grande surpresa que ainda estava a ser “processada”. Só queria que
o Rúben compreendesse isso.
Liguei para
o Caixa, avisei-os que hoje não ia poder ir porque estava mal disposta e não
conseguia mesmo ir trabalhar.Fui de seguida ter com os meus meninos. Eles puseram-se logo a
fazer perguntas sobre o facto de o Rúben não ter dormido no mesmo quarto que
eu. Disse-lhes que não tinham de se preocupar e que nós temos tudo sob
controlo.
Eles
quiseram desenhar, então levámos algumas folhas brancas e lápis para a mesa da
sala.
Rita - A mãe vai só arrumar a cozinha e depois vem
ter com vocês.
Carolina - Está bem.
Deixei-os
ficar na cozinha e enquanto ia arrumando os pratos, liguei à Sónia.
Sónia - Mas há alguma razão para eles não virem
para cá hoje?
Rita - Há… aliás o Rúben já sabe que estou grávida.
Sónia - O
Rúben já sabe?
Rita - Sim já.
Sónia - Como?
Rita - Olha ontem telefonaram lá do consultório e
foi ele quem atendeu.
Sónia - Estás a ver, eu disse-te que ia ser melhor
tu contares-lhe logo desde o inicio.
Rita - Oh Sónia sermões agora não, sim?!
Sónia - Ok, pronto mas ele como reagiu?
Rita - Olha discutimos, ele saiu de casa e quando
voltou acabou por dormir no sofá.
Sónia - E ainda não falaram?
Rita - Ele saiu, disse que ia treinar... mas
disse-me que queria falar.
Sónia - Estás a ver? Isto já mostra que ele quer
resolver as coisas, por isso tens que ter calma,
porque tens aí um bebezinho e
as coisas vão se resolver todas.
Rita - Eu espero que corra tudo bem.
Sónia - Vai correr, pensar positivo.
Ficámos a
conversar mais um pouco e ela acabou mesmo por me deixar menos ansiosa. Comecei
a preparar o nosso almoço, mas parei de o fazer quando o Rúben voltou do
treino.
Rúben - Já comeste? - perguntou quando chegou à
cozinha.
Rita - Sim, e liguei ao Caixa. - ele
aproximou-se de mim. - E tu, vais embora
ou...
Rúben - Eu não vou a lado nenhum. - interrompeu-me.
- Não te vou abandonar agora, temos os
miúdos e agora este novo bebé. Só quero que entendas de uma vez por todas que
não tens de me esconder nada, mesmo que tenhas medo da minha reacção quero que
fales comigo logo. - ia falar mas ele não me deixou. - Sei que neste caso era difícil,porque ficaste preocupada, mas agora
não te quero ver mais ansiosa, tens é de estar calma por causa do nosso bebé.
- sorri-lhe.
Rita - Mas como vamos fazer? Eu tenho medo das reacções do Simão e da Carolina… e não sei como vou colocar mais um bebé aqui em
casa e ...
Rúben - E nada. - sorriu. - Os miúdos vão gostar de ter irmão, se de
inicio não se habituarem à ideia depois acredita que vão adorar e quanto à
casa, não é problema.
Rita - Como assim não é problema?
Rúben - Arranjamos uma casa nova.
Rita - Não Rúben, isto vai me dar muito trabalho, prefiro
colocar o berço no nosso quarto ou assim.
Rúben - Vai te dar trabalho se eu deixar.
- sorriu. - Só temos de escolher a
casa e o resto vai tudo ser feito com a maior das calmas, porque não quero que
fiques stressada com nada. Assim os miúdos podem ter uns quartos maiores já com
umas secretárias, afinal para o ano vão estar no primeiro ciclo.
Rita - Achas mesmo que é boa ideia termos uma casa
nova?
Rúben - Claro amor, aqui não temos condições para
os ter 3 filhos por isto vamos encontrar uma casa, mas não te quero ver
preocupada.
Rita - Está bem, se tu o dizes. - ele sorriu,
baixou-se e uniu os nossos lábios, as
suas mãos foram até à minha cintura. Aí ficaram enquanto os nossos lábios
estavam colados, mas quando os separou levou uma delas até à minha barriga.
Rúben - Já sabes de quanto tempo estás?
Rita - Cerca de um mês e duas semanas.
Rúben - Tens de marcar aquela consulta.
Rita - Sim, eu vou telefonar hoje para lá, mas
queres vir é?
Rúben - Claro que quero,só tens de me dizer quando.
- voltou a unir os nossos lábios.
Simão - A mãe e o Rúben já estão bem!! - ouvimos
a voz do Simão a gritar aquilo com o maior entusiasmo.
Separamos
as nossas bocas e acabei por sorrir. Olhamos para eles que sorriam, a Carolina
veio logo a correr e atirou-se para o colo do Rúben e o Simão agarrou-se ás
pernas dele.
Rita - Olhem eu acho melhor deixarem o Rúben e
irem mudar de roupa não?
Rúben - Eu levo eles até ao quarto.
O Rúben foi
mudar a roupa dos miúdos e eu continuei a fazer o almoço. Agora sim, podia
respirar fundo. Ele já sabia de tudo e ainda por cima tinha arranjado o melhor
“caminho” para a nossa família.
A seguir ao
jantar veio me dizer que achava melhor contar já aos miúdos.
Rita - A sério, agora?
Rúben-Sim amor, já sabes que o melhor é
contar-lhes. Viste que esconder esta novidade só dá problemas, eles merecem
saber já.
Rita - Sim, é verdade. Vamos lá então.
Como vão os
miudos reagir?
Olá meninas!
Quero antes de mais pedir desculpa por demorar tanto a postar mas tem sido cada vez mais dificil :S
Espero que compreendam e que mesmo assim continuem a acompanhar esta história.
Queria mesmo que deixassem as vossas opiniões,nem que sejam breves mas digam-me o que estão a achar !:)
Beijinhos
Rita
Olá meninas!
Quero antes de mais pedir desculpa por demorar tanto a postar mas tem sido cada vez mais dificil :S
Espero que compreendam e que mesmo assim continuem a acompanhar esta história.
Queria mesmo que deixassem as vossas opiniões,nem que sejam breves mas digam-me o que estão a achar !:)
Beijinhos
Rita
Mais, por favor...
ResponderExcluirGostei muito...
Beijinhos
Olá!
ResponderExcluirOh ficou tudo bem! E agora quanto aos miudos... ciumes, felicidade? Hum nao sei nao sei. Dos gemeos nunca sei o que esperar!!
Só sei mesmo que espero o proximo!!
Beso
Ana Santos